1 - Em Angola, com Bernard Duchène
Bernardo Duchène, espiritano, vive em Angola há cerca de trinta anos
Empenhou-se totalmente na afirmação vigorosa da sociedade civil.
Podemos ouvi.lo no decurso de uma entrevista realizada por ocasião da sua última passagem por Paris (Junho de 2009).
Em Daylymotion, o vídeo : http://www.dailymotion.com/video/x9xti5_entretien-avec-bernard-duchene_people
e com José Tchivangulula,
espritano angolano actualmenta em França
Juin 2013
Ser humano
Voir : http://soutien-ste-civile.over-blog.com/article-ser-humano-118710084.html
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Mai 2013 :
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Octobre 2010
BREVE HISTÓRIA DA CONFERÊNCIA NACIONAL DA SOCIEDADE CIVIL ANGOLANA
Por Bernardo Duchéne
Concebido no seio de diversas organizações, o projecto da Conferência Nacional da Sociedade Civil surgiu em 2007. Alguns actores da Sociedade Civil conceberam essa Conferência como uma resposta à necessidade de promover o diálogo e a partilha de experiências entre as diversas Organizações da Sociedade Civil.
Ao mesmo tempo, essa Conferência contribuiu para um aprofundamento da coordenação e do diálogo entre essas mesmas OSC por um lado e com o Estado, os doadores e outros actores sociais, por outro lado.
Os promotores dessa iniciativa pensaram que tinha chegado a altura para que o FONGA (Fórum das ONG Angolanas) se tornasse o motor desse processo. De facto, a primeira Conferência Nacional da Sociedade Civil foi organizada por esse Forum. Realizou-se a 6,7 e 8 de Novembro de 2007, no Auditório da Universidade Católica de Angola, em Luanda, com o tema: “Construir a Unidade na Diversidade”.
No decurso da preparação da primeira Conferência Nacional, em 17 Províncias, todas excepto o Cuanza Norte – ver o mapa - houve reuniões dos representantes das ONG; das Associações, dos sindicatos, das Igrejas e da Administração. Ao longo dessas reuniões, foram postas em evidência as preocupações e as necessidades de cada Província. E foram eleitos aqueles que deviam participar na Conferência Nacional.
Entre as preocupações apresentadas á Conferência Nacional, salientamos :
- o papel e o funcionamento das Organizações da Sociedade Civil face ao sector privado e ao governamental,
- a diversidade das suas formas de organização e dos seus centros de interesse,
- a diversidade das suas formas de acção colectiva relativamente à actividade pública.
Estes temas foram integrados na agenda da Conferência que reuniu 150 participantes, delegados das Províncias, responsáveis de diversas organizações nacionais e internacionais, representantes do Estado e dos doadores internacionais.
A segunda Conferência Nacional
A de 2008. Ela não foi preparada pelo FONGA pouco apto para este tipo de serviço, criticado no interior do Grupo Alargado de Coordenação e que finalmente se retirou inteiramente do processo das Conferências Nacionais da Sociedade Civil.
Durante o segundo trimestre de 2008, o Grupo de Coordenação ampliou-se : abertura para as Províncias integrando não somente as ONG mas também as Organizações Comunitárias de Base (OCB), os sindicatos, as organizações baseadas na fé e outras associações.
Três vectores animaram esta preparação :
1º Estimular a aproximação entre as Organizações da Sociedade Civil em ordem à constituição do grupo de coordenação provincial.
2º Criar mecanismos que facilitem a partilha de informação.
3º Suscitar o diálogo com as estruturas do Governo e da Administração.
A grande vantagem da organização destas conferências da sociedade civil é que tudo isto dá, dentro da legalidade, a oportunidade a um grupo ainda modesto de cidadãos a possibilidade de se exprimir e de tomar consciência de que se pode com toda a legitimidade reflectir em conjunto sobre o bem da sociedade.
Para a primeira Conferência Nacional da sociedade civil, tinha havido como preparação uma conferência provincial em cada província. Desta vez, para a 3ª conferência nacional, além de uma conferência provincial em cada província, houve, em cada província, conferências municipais (quatro e até mais em cada província).
Através da equipa que coordena a preparação da Conferência Nacional 2009, graças à internet, todas as equipas de coordenação das conferências provinciais estavam a par dos temas discutidos, das dificuldades encontradas e de um certo entusiasmo a nível de cada conferência municipal ou provincial realizada. Começa a criar-se uma cultura de debates e de crítica.
Quanto ao meu papel nesses programas : em 2008, fui solicitado para organizar a conferência da sociedade civil do Cuanza Norte uma vez que sou o presidente de uma Associação intitulada Comissão Mista dos Direitos do Homem do Cuanza Norte, associação fundada em 1999 e reconhecida no Diário Oficial desde Abril de 2009. Temos uma subcomissão em cada municipalidade da Província.
Procuramos construir uma grande plataforma de debates e de discussões em todo o país. Criar espaços de diálogo e de debates : por exemplo, na nossa província, levar o Governo provincial a apresentar os seus projectos de urbanismo para a nossa cidade de Ndalatando e o orçamento da nossa província.
Outro exemplo, em Benguela, organiza-se todas as quintas-feiras um debate sobre questões de interesse nacional, debate retransmitido na internet e enviado às coordenações da preparação de cada uma das conferências provinciais da sociedade civil.
Bernardo Duchène, espiritano
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II Conferência Angolana da Sociedade Civil
25 – 27 de Novembro de 2008
Relatório final
Extractos do discurso de encerramento de Frei João Domingos (dominicano)
A sociedade civil tem uma longa história, um longo caminho no tempo. Ela obteve do colonizador algumas estruturas a nível local. Eu tive ocasião de falar com os “anciãos” no Congo e dei-me conta de que não foram só os escritores, os músicos, os padres, os pastores, etc. que lutaram pela independência mas que também o povo participou nesse combate.
Os próprios agricultores acabaram por se enfurecer : sempre que tinham uma boa terra, ela era tomada pelos colonizadores.
Inúmeras pessoas, simples assalariados que se queixavam ao seu patrão por razões de injustiça
eram acusadas de ser rebeldes e eram presas. Dei-me conta de que quando os cidadãos têm verdadeiramente consciência da sua dignidade, dos seus direitos, do que é justo e injusto e quando se cansam de ser oprimidos, revoltam-se e reagem.
Porquê?
Porque isto está no seu coração, porque são filhos de Deus, criados à sua imagem.
A pessoa humana é sagrada.
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Vamos ganhar em credibilidade se resolvermos um grande número de problemas por nós mesmos. Procuramos melhorar a sociedade. A nossa contribuição cidadã e participativa deve realizar-se em todos os níveis. Tudo isto deverá ser feito dia a dia, localmente, nas comunas e nas províncias. A maior força que pode ter um país é o seu povo, o poder está entre as mãos do povo e não somente o poder do voto mas também o poder da nossa voz, da nossa participação, da nossa consciência, do nosso trabalho, das nossas iniciativas. Temos o poder e somos responsáveis. O governo é responsável mas nós todos somos responsáveis também
Parabéns a todos aqueles que trabalharam para chegarmos aqui…
Frei João Domingos
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Le Rapport :
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Angola Press
20/11/09
Benguela
Os Estados Unidos continuarão a apoiar Angola
Benguela – O embaixador dos Estados Unidos em Angola, Dan Mozena, reiterou quinta-feira, na província de Benguela, o compromisso do seu país de continuar a apoiar Angola nas iniciativas importantes da sociedade civil que contribuem para o seu crescimento.
Dan Mozena, ao intervir na terceira conferência nacional da sociedade civil que teve início na terça-feira, afirmou que os Estados Unidos continuarão a apoiar as iniciativas de assistência técnica e os financiamentos em pequena escala no domínio da formação, em mais de 50 organizações da sociedade civil angolana que estão comprometidas no desenvolvimento comunitário.
O sector água e saneamento, a alfabetização, a criação de riqueza, a prevenção e o tratamento da VIH/Sida, assim como a malária, foram outros sectores indicados pelo diplomata americano.
Dan Mozena sublinhou o papel preponderante da sociedade civil para o desenvolvimento multisectorial de Angola, razão pela qual os Estados Unidos estão dispostos a contribuir para o seu êxito.
Segundo ele, a conferência nacional da sociedade civil é um espaço de participação onde os cidadãos discutem os mais diversos assuntos, apresentam os seus contributos e, em conjunto, procuram os objectivos comuns.